quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Ford

Henry Ford, fundador da maior fabricante de carros dos Estados Unidos, nunca escondeu sua admiração por Hitler. A simpatia era correspondida e Hitler cita o nome do empresário americano em Mein Kampf, livro autobiográfico do líder nazi. A exemplo de Watson, Ford também foi condecorado por Hitler em 1938. As boas relações com os nazis renderam à Ford alemã uma encomenda de 100.000 caminhões para o Exército alemão em 1942. Até meados de 1941, os nazis foram muitos bem tratados na França ocupada. Paris fez uma festa com o dinheirão dos soldados e oficiais nazis. Pelas salas sumptuosas do Hotel Ritz, onde morava, a famosa estilista Coco Chanel exibia seu amante, um oficial nazi atlético, jogador de ténis, bom bebedor de champanhe. Depois da guerra, Chanel tentou minimizar o caso. "Na minha idade, quando um homem quer dormir com você, não dá para pedir seu passaporte", disse. Documentos revelados na França, em 1999, mostram seu envolvimento político com oficiais alemães. Chanel teria inclusive sido incumbida pelo alto comando da Wehrmacht, o Exército nazi, de sondar o primeiro-ministro inglês, Winston Churchill, sobre a possibilidade de a Inglaterra assinar um acordo de paz em separado com a Alemanha. Colaboração mais directa teve Ferdinand Porsche, um dos mais talentosos designers de automóveis da época. A admiração de Hitler por Ford levou-o à ideia de produzir na Alemanha um carro popular. Encarregado da tarefa, Porsche inventou o Volkswagen ("carro do povo") em 1935. Com o início da guerra, passou a desenhar tanques para o Exército alemão.